terça-feira, 6 de maio de 2014
Ela não é romântica
A gente bem sabe quando o coração amolece, o chão estremece e o céu fica mais perto. Bem lá dentro, cada um sabe o quanto aperta e dói cada flor, cada pedra e cada passo. Nunca fui de ficar boba, de desenhar corações ou colorir o céu de rosa, não acho um encanto receber flores. Veja bem, eu gosto do romantismo, mas acho tão mais interessante uma palavra sussurrada, inusitada, uma piada mal contada, gosto mesmo daquilo que me arranca o riso, da alegria liberta. O amor é livre e tem asas. Meu amor viaja, abre portas e janelas, invade, deleita-se, e vai. Amor quando preso torna-se cômodo, sem graça, termina morrendo em si, ou em mim. Quer matar meu amor? Aprisione-o. Ele não se alimenta de flores, de músicas ou declarações gritadas, ele pede baixinho um carinho, um vento livre, a porta sempre aberta pra que ele entre e saia quando quiser. Tenho um amor claustrofóbico e atento, não é preciso de lua pra faze-lo desabrochar, nem de água pra regar, ele vem se instala e fica o quanto quiser, mas se quer que ele permaneça um pouco mais, deixe-o solto, sem mãos dadas, conversas pesadas ou papo frustrado, meu amor é ânimo, é vida. Engana-se quem pensa que não vivo de amor ou que sou exageradamente frígida, amo, amo de sangrar, porém esse amor é em absoluto meu, próprio, plural, é do mundo, não existe foco, nem lâmina afiada o bastante que possa corta-lo, desfaze-lo ou mata-lo. Ele é oxigênio e não existe um lugar no mundo onde não possa chegar.
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Arrasooooooou!
ResponderExcluirThaís Silveira
Amor é sentimento que requer espaço pra crescer e viver, ele toma muito mais do que os pensamentos e o coração, ele se alimenta da liberdade. Belo texto debs!
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